Projeto visa preservação de árvores gigantes - JORNAL A SEMANA

24/07/2014 08:42

O Dia de Proteção às Florestas, comemorado na última quinta-feira (17), foi um momento de reflexão acerca dos cuidados com o meio ambiente, principalmente com as árvores. No campus da UFSC em Curitibanos, o Projeto Florestas de Alto Valor de Conservação, coordenado pelo professor do curso de Engenharia Florestal Marcelo Callegari Scipioni, visa, também, chamar a atenção para as florestas, não apenas da região, mas de todo o país.

Segundo o professor, não existem, no Brasil, projetos específicos de mapeamento e análise das florestas, como em outros países já conhecidos por essa tradição. No estado norte-americano da Califórnia, por exemplo, estão as lendárias Sequóias. “Tive a oportunidade de conhecer esses locais de preservação e voltei de lá com uma indagação: onde estão nossas árvores lendárias?”, revelou.
A partir disso, iniciou-se, junto aos acadêmicos da UFSC, uma pesquisa de campo a fim de identificar alguns locais onde existem árvores de grande porte na região de Curitibanos. “É raro encontrarmos florestas que não tiveram alguma ação humana. Estamos atrasados nesses estudos e temos uma visão diferenciada do que é floresta e o que é povoamento florestal, como plantações de pinus, bastante conhecidas na região”, avaliou Marcelo.
Com base nas pesquisas de campo, foram localizados na região espécies de açoita cavalo, imbuia, araucárias e bracatinga, todas árvores consideradas de alto valor. Durante as visitas, foram coletados dados da biodiversidade local, feito um histórico da área florestal, retiradas medidas de diâmetro, altura, tamanho dos galhos e quais plantas estão inseridas nessas florestas. “Os dados ainda estão em fase de análise e está sendo feito um mapeamento dessas áreas, mas estamos em busca de mais locais com árvores de alto valor”, comentou.
Pessoas da região que tenham conhecimento de árvores nesses moldes e queiram colaborar com a pesquisa podem entrar em contato com o professor Marcelo através do e-mail marcelo.scipioni@ufsc.br.
A coleta de dados na região vai culminar na criação de um inventário das florestas de Alto Valor de Conservação no Estado. No mesmo sentido, o projeto visa, ainda, chamar a atenção para a educação ambiental e a maneira como as florestas são estudadas.

GIGANTES: CENTENÁRIAS OU NÃO?

Uma das curiosidades que sempre desperta a atenção de pessoas que visitam parques florestais ou mesmo têm conhecimento de árvores gigantes refere-se à idade das plantas. Marcelo explicou que não é o tamanho que define a idade das árvores e, sim, uma série de fatores, como o solo em que a planta cresceu, espécie e condições climáticas.
Para realizar essa identificação, é retirada uma amostra não destrutiva da árvore ou, quando naturalmente caída, são analisados os anéis de crescimento da espécie. “Podemos ter duas árvores do mesmo tamanho, mas que cresceram em locais diferentes, com idades distintas. É preciso uma análise bem detalhada para se estimar a idade”, completou.

Coordenador e estudantes foram a campo em busca de espécies de alto valor de conservação

FONTE: jornais.adjorisc.com.br/jornais/asemana/curitibanos/natureza-1.1481254#.VfdsQ9LBzRY

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